Talvez não fique por aqui, no mimetismo
[des]velado.
Que outras formas se irão revelar
nas folhas caídas.
«Que somos nós senão paisagem? Instintos vegetais emaranhados na terra, sentimentos alados enevoando a atmosfera, ideias lúcidas, ao sol, outras, avoejam no escuro, campinas e florestas, abismos que nem o Demônio contemplaria a sangue frio, e altos cumes empedernidos, que os desenganos são altitudes de pedra onde cai a neve. Não chega lá em cima o florir das ilusões. Lá, paira o terror do Vácuo, o mesmo terror que sentiríamos, se nos encontrássemos, de repente, num planeta morto como a lua. (...) [Agostinho] Filósofo, tenta perceber a realidade e separá-la dos seus efeitos ilusórios; poeta, encanta-se na imagem das cousas naturais, que o sábio rasga, para ver o que ela esconde. Mas uma cousa não será qual sucessão de imagens sobrepostas até à última, que é perfeitamente imaginária? Caminhamos sempre, de quimera em quimera, até à Quimera, com letra grande, pois é universal (PASCOAES, 1945, p. 196).» [AQUI, página 86]
«Que somos nós senão paisagem? Instintos vegetais emaranhados na terra, sentimentos alados enevoando a atmosfera, ideias lúcidas, ao sol, outras, avoejam no escuro, campinas e florestas, abismos que nem o Demônio contemplaria a sangue frio, e altos cumes empedernidos, que os desenganos são altitudes de pedra onde cai a neve. Não chega lá em cima o florir das ilusões. Lá, paira o terror do Vácuo, o mesmo terror que sentiríamos, se nos encontrássemos, de repente, num planeta morto como a lua. (...) [Agostinho] Filósofo, tenta perceber a realidade e separá-la dos seus efeitos ilusórios; poeta, encanta-se na imagem das cousas naturais, que o sábio rasga, para ver o que ela esconde. Mas uma cousa não será qual sucessão de imagens sobrepostas até à última, que é perfeitamente imaginária? Caminhamos sempre, de quimera em quimera, até à Quimera, com letra grande, pois é universal (PASCOAES, 1945, p. 196).» [AQUI, página 86]
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