terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Des[embrulho] de [in]consciência.


#agifttothemothernsture #bordaloii

No Instagram do Bordalo II podemos encontrar a foto que reproduzo. Não é de hoje, 25 de dezembro de 2018, porque o local se encontra assim:


As árvores cresceram, mas o caixote assinado ficou:



Entretanto noutro local, mas no mesmo dia, podemos ver o embrulho de consciência que o Bordalo II desembrulhou.



A obra de arte ficava AQUI, perto do local onde vivi 33 anos da minha vida. E hoje é Dia de Natal.

Des[embrulho] de [in]consciência.

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Post scriptum
Fui com o meu pai fazer o reconhecimento do local.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Foi um rótulo.


Seria a grafia madressilva com dois esses, ou apenas a letra duplicada para enlaçar os caules das flores constantes no rótulo? Como seriam as madressilvas no campo, se porventura cá existissem?

Sim, tem dois esses, e são de cá. Procurando mais "retratos" acabei em espanto. Afinal tinha convivido com as madressilvas sem o saber, aqui, neste cantinho onde almoço às terças-feiras, olhando o mar e "esquecendo" o resto. Estão aqui, onde aponta a seta vermelha.




Infelizmente não tenho as primeiras fotos da minha tomada de consciência [avaria no disco rígido] e deslumbramento. Como pude não as ver?... COMO?... tão lindas!

Estarei atento na próxima época de floração, entre abril e agosto, para vos dar testemunho da sua beleza.

O vinho, dizem [sou abstémio], é suave e envolvente, apazigua o estio. O que me liga a ele é o facto de o comercializar.

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Post scriptum

Meu caro José Maria, li emocionado o que escreveu no jornal Voz da Minha TerraO meu malfadado e contrastante Novembro de 2018. Quem vai à frente ilumina, foi o que fez, e muito bem, porque apesar das diferenças o drama humano repete-se.

Quando passo em frente ao Colégio do Ramalhão, espreito sempre para o final da alameda de arvoredo, e leio a paradoxal mensagem...




tinha tanta vontade de partilhar convosco. Foi hoje e não sei porquê. Ser livre é ter o coração preso...

domingo, 9 de dezembro de 2018

Folhas para que vos quero...

no chão deitam-se assim...


"Colhida" por mim do chão a 28 de novembro de 2018, perto de casa.

a maioria com esta face voltada para cima, mostrando-nos o seu avesso. Talvez haja uma razão Física que explique o fenómeno.

Cumpriu o seu dever, tricotou luz enquanto pode, agora despe-se do verde e prepara-se para regressar ao início.

Apela à bondade do nosso olhar.

Uma boa semana para todos vós.
Não deixem de as olhar... As Folhas. 

domingo, 25 de novembro de 2018

Uma janela de Janus... uma de três estações.

Daquelas que nos permitem ver do interior para o exterior,



mas também o olhar para a frente, e o olhar para trás, como os dois rostos do deus Janus.

Estava longe de imaginar que iria aqui ter, foi um ato de teimosia e revolta, numa pequena vida comercial que, felizmente, me obrigou a andar por perto. Será que estas estátuas são

Primavera [Helena] — Verão [Raquel] — Outono [Màmía]
São Pedro de Sintra

parecidas com as da Ribafria?


Primavera — Verão — Outono
Quinta da Ribafria

Longe disso, em tudo soturnas, o oposto das solares que encontrei em São Pedro de Sintra, no mesmo dia plúmbeo.

E foi então que, no mesmo dia, vi esta janela pintada pela Màmía... Quiet room, o nome do quadro é em si um mistério para mim... em inglês?... o resto é momento de despojada introspeção, na serenidade e no silêncio: outono.


Aqui há mais...

E foi assim que me veio a associação, talvez porque estamos no tempo da melancolia: a Màmía é o outono, a Raquel o verão, e a Helena a primavera, esculpidas assim as três irmãs como as vi em São Pedro de Sintra. De tarde assisti à conferência «Um nome maior: Màmía Roque Gameiro (1901-1996) – Pintura e Ilustração», seguida de visita guiada na Casa Roque Gameiro.


Findo o dia, cuja data apresento acima na grafia de pessoa amiga, começaram outras associações decorrentes do título do quadro: Quiet room... ver tudo... silêncio... e apontaram diretamente para o livro de haikus, que já tinha lido, «A Papoila e o Monge» de José Tolentino Mendonça. Apesar de começada e publicada, esta mensagem ficou em maturação, à espera de um pouco mais, e foi assim que, relendo, escolhi um poema para cada uma das irmãs.

Para a outonal Màmía, o da página 15 [93 e 156 também foram opções]:

O silêncio só raramente é vazio
diz alguma coisa
diz o que não é

Para a estival Raquel, seara extensa não amedrontava a sua mão certeira, o da página 22 [75 e 147 as opções preteridas]:

O silêncio não é um modo
de repouso ou suspensão
mas de resistência

Para a primaveril Helena, que também pintou crisântemos, o da página 31 [173 a outra opção]:

Silêncio:
nem um grão de poeira
na brancura do crisântemo

Curiosamente as exposições que foram ocorrendo na Casa Roque Gameiro, sobre as três irmãs, acabaram por se encaixar na sequência natural das estações, independente da sua ordem biológica, ou da minha vontade de associar o que não passa de um devaneio meu [revejo-me nestes três silêncios].

domingo, 11 de novembro de 2018

Balseiro...

«Um dia vieram dizer a Martinho que um leproso vivia sòzinho no fundo dum balseiro longe do povoado. Foi lá vê-lo, tratou-o e pô-lo limpo e rijo tal como fora».

Provavelmente não saberá o que é um balseiro, quando muito uma balsa, mas não na acepção da palavra que utilizamos em Mação e Vila de Rei: um amontoado de silvas.

Encontrei mais palavras e expressões, que nos são familiares na nossa região, no seguinte livro do padre jesuíta João Maia:



Por ordem de ocorrência, passo a citar:

  • com esse fito
  • mocito
  • o pião e a baraça
  • medronhos
  • casalito das cercanias
  • andor que se atrasa o vapor
  • homenzarrão
  • a modo de
  • levar couro e cabelo
  • balseiro
  • quintarola
  • vilório
  • homem desaustinado
  • abalara para longe
  • escapuliu-se
  • deram tento disto
  • e topam com
  • entraram de roldão
  • deram às de vila-diogo [desconhecia o significado, que encontrei AQUI e AQUI]
  • e foi escavacar-se
  • foi aonde
  • a ver se topava um sítio azado
  • jornadeando
  • que ia numa brasa
  • e de mão alçada
  • cabeçorras
  • deu-lhe na cabeça
  • muito ancho e agradado
  • golitos [não é futebol]
  • em festa desabalada

Chamo a atenção para os diminutivos em -ito, vulgares na nossa região, e a referência ao medronheiro fora do contexto geográfico em que viveu Martinho de Tours.

Comecei por este livro porque foi o primeiro que encontrei num cantinho da Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, em Vila de Rei [fotografei-o a 05/08/2013 / 11:38:20]. Chamou-me a atenção o ilustrado São Martinho na capa, e foi desta forma prosaica que se revelou o meu interesse. Deambulei por alfarrabistas na internete [pode-se escrever assim, como descobri AQUI] mas não encontrei o livro,  e sem querer, na montra da Livraria Nunes, no mês passado, lá estava ele, acompanhado pelo Santo António, cinco anos tinham passado.



A sua leitura revelou mais palavras e expressões que me eram familiares. Passo a citar, por ordem de ocorrência:

  • luzir
  • Fernandito
  • Que é que dali sairia?
  • tino
  • mocelho
  • adentro [muitas vezes na construção das frases]
  • alcatruzes
  • roldão
  • jogando o fito e a bilharda
  • barbaças
  • mão alçada
  • berrava o mandão
  • ventas
  • trazer de azorro
  • frestas
  • saquitel
  • surrobeco
  • capelita
  • todo lesto
  • ajoujada
  • abalou / abalar
  • bufando
  • de plantão
  • casinhoto
  • entaramelou-se a voz
  • mais bastos que tortulhos
  • olhitos dos peixes
  • esbarrondarem-se
  • fradinho
  • foi-se prantar diante da
  • enxotaram-no
  • se ajuntaram
  • estalou de repente
  • burrito tropiqueiro
  • choupana
  • arrecuas
  • desarvoravam de casa
  • santinho
  • atefegar
  • assomadiços
  • tanganhos
  • carripana
  • tranquitana
  • conventinho
  • primeiro relance
  • esbagoava
  • escavacar
  • traquinou

No mesmo alfarrabista consegui mais dois volumes da coleção Verbo ABC Vidas de Santos: Nossa Senhora, Mãe de Deus e A Vida de S. Paulo. Em ambos a escrita é diferente, para surpresa minha, que esperava encontrar mais palavras e expressões da nossa terra. Existe mais um volume da coleção, dedicado a S. Francisco de Assis, que ainda não consegui encontrar. Parece que o padre João Maia, natural da freguesia de Fundada, concelho de Vila de Rei, revisitou a sua infância neste dois volumes, mas não nos outros dois, mais formais [foi assim?].

Entretanto descobri a versão francesa do mesmo volume sobre o Santo António, que obviamente tem a designação oficial "de Pádua". É uma edição de 1964, a nossa é de 1971, e ambas têm a mesma estrutura, pois são adaptações do texto de Joseph Quadflieg, com ilustrações, belíssimas, de Émile Probst. Em França o livro pertence à coleção Hommes de Dieu, com mais volumes, e por ordem diferente da nossa. Existem também edições em inglês, holandês e alemão, que suspeito ser a edição original.


O padre João Maia foi um homem da cultura, na escrita e na rádio, poeta e empenhado colaborador da Revista Brotéria [Na morte de Ezra Pound, AQUI. Escolhi este artigo, entre outros possíveis, por causa de Veneza, foi lá que morreu Ezra Pound, e também da sua ligação a Yeats, que escreveu The Folly of Being Comforted. E tudo isto é tão desconexo, como a imponderabilidade que move o meu quotidiano sem sentido, de tão pesados e efémeros acasos. Tem tudo a ver comigo, e nada convosco. Peço perdão]. Em sua memória, e no encalço do seu legado, instituiu a Câmara Municipal de Vila de Rei os prémios literário, pintura e desenho, e de fotografiaAlguma Psicologia das Virtudes Com Exemplos a Condizer, AQUI.

Termino como começa o livro, porque hoje é Dia de São Martinho, e porque a mensagem é simples, como tudo o que é importante:

Entre o ter tudo, e o não ter nada, existe o equilíbrio para bem de todos.
[Cogito... basta cortar ao meio a capa. Mal andamos quando assim não é.]

«Pelo S. Martinho prova o vinho!» Temos ouvido este conselho tanta vez que nos chegou a vontade de conhecer este santo que nos manda empunhar a caneca e, se o vinho for bom, não se importa que demos três estalos com a língua! Santos desses é que nós precisamos, pois o mundo vai cheio de tristezas que, além de não pagarem dívidas, fazem as pessoas arrenegadas, minguam a saúde e, se calha, até põem a gente à beira da cova. S. Martinho não quer isso e, na sua festa, quer que entremos, pela calada ou em magote, com os amigos, na fresca adega e provemos o fruto da videira para ficarmos alegres sem demais. Um santo assim, tão nosso amigo que até abençoa o tonel, merece ser conhecido. Vamos ver quem ele era...»


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Post scriptum

Chove copiosamente [11h45], não há rasto do verão de São Martinho. Tempos de mudança que nos podem ser muito desfavoráveis, com novos equilíbrios em formação [já houve cinco extinções em massa]. Milhares de anos de evolução estão a ser pulverizados em menos de dois séculos, até em termos culturais [homem - caça, mulher - agricultura]. Não é o indivíduo que conta, mas a espécie. O indivíduo é importante enquanto elo da vida. Erradicar a vida não é fácil, mas sim o indivíduo, a espécie. Recursos exauridos a uma velocidade estonteante, uma cultura de desperdício instalada, num mundo sobrepovoado, em que se vende a ilusão do crescimento económico contínuo [isso não existe num espaço físico limitado [a Terra é um sistema fechado, há trocas de energia mas não de matéria: é desprezável o contributo dos meteoritos]. Hoje a questão é como decrescer [há muito ruído ideológico no conceito], para um patamar sustentável, e isso vai implicar obrigatoriamente alterações drásticas nos padrões de consumo, e do que se entende por bem-estar ocidental. Exige renuncia e determinação. O desmame não vai ser fácil. Quanto mais tarde pior.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O outono prossegue...

no arco-íris...




nos ouriços...



Foto encenada por mim. Os ouriços estavam junto do ecoponto amarelo, perto de casa. Não picam tanto como parece, e o pormenor do "penacho" viçoso quase que os animaliza. Entretanto caíram mais :)


no "Pão por Deus"...


Pão por Deus,

Pão por Deus,
Saco cheio
Vamos com Deus.

Luz, formas e tempos, de ser e acontecer... amendoados.
Ao meu redor, esta semana.

Que se serve assim...
Na bancada, ou na mesa
O importante é dar pelo presente
Marca de essencialidade




Tributo a "aromas maduros de suaves outonos".

domingo, 30 de setembro de 2018

O Francisco.

O Francisco nasceu, amanhã fará um mês. O nome lhe deram, a escolha terá razão, ou razões de ser. Não me é nada, no entanto, tal como “Ser livre é ter o coração preso”, é nesta humanidade que todos nós somos vizinhos, mas neste caso em particular não é figurado, está ao nosso lado.

Neste ano presenciámos, na nossa vizinhança, as duas datas onde cada um encontra todos os dias que são seus, onde nos fazemos e consumimos. Aquela ideia da folha em branco que cada dia se preenche, e se vai juntando.

Miguel Baltazar, editor fotográfico do Negócios, fotografou assim o arquiteto Gonçalo Byrne:




Uma bela imagem do diário de cada um, e até a idade e a profissão do visado ajudam. O presente, fugaz ponto de partida, com "parede em branco" e porta de entrada para o que já se fez... plano e tridimensionalidade... divisão de tempos... o futuro está para onde se "olha". O Francisco neste momento tem o tempo plano: tudo o que existe está ao seu redor, a memória é o presente. Construções minhas, in-fólio.

Com o avolumar do tempo o que fica na memória são, normalmente, míticas reconstruções, que por vezes se cristalizam em "verdades", e assim nos explicamos a nós próprios, sem grande consciência disso. E há sempre momentos, por exemplo, no convívio social, em que vamos trocando de explicações míticas como quem discute a melhor tática de futebol [não gosto de futebol]. Ontem isso aconteceu nas Azenhas do Mar, mas são fugazes momentos, a que só prestei atenção depois de passados, e quando comecei a juntar os pedaços.

Há sempre a "tentação do oráculo", e o nome Francisco é grande pelo arrojo de quem o viveu, e lhe alterou o sentido. A consciência de que somos parte de um todo, que aspira e se ampara, que deve "pesar" apenas o estritamente essencial para viver, praticando a pedagogia do exemplo. NU!... profundamente poético na forma de ver e agir. Afinal é tudo tão simples como o "Pequeno Poema" do Sebastião da Gama:

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

[digitado por mim a partir do seu primeiro livro, Serra-Mãe, 6.ª edição, Edições Ática, novembro de 1991, página 109]

Francisco de Assis, pouco antes de se consumir, e já cego, entoou para os seu companheiros O Cântico das Criaturas ou O Cântico do Irmão Sol, que se encontra no livro que agora entregamos à guarda dos teus pais, a partir da página 21, numa tradução de Jorge de Sena. Este é o pretexto para celebrar o primeiro mês, e augurar uma nova vida plena.


Lindas ilustrações do Alberto Péssimo para esta obra, a começar pela capa. Claro texto do J. Alberto de Oliveira. A obra nos irmana.

Bem-vindo Francisco ao planeta Terra, iluminado pelo Sol, futuro Homem Bom.

Paz e Bem.

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Post scriptum

domingo, 16 de setembro de 2018

Começar a VER.

A irmã mais nova que pintava a óleo, no meio de aguarelistas, e pouco mais, talvez o nariz arrebitado, ainda continuo na dúvida, denunciando uma menina rabina. Assim me apresentei na inauguração da exposição que lhe é dedicada, com ignorância e preconceito [normalmente andam juntas, e são comuns].

Fui logo presenteado, tal como outros visitantes, com uma letra do meu nome [já não havia cês]. São pequenos requintes de sensibilidade, a que se arriscam todos aqueles que visitam as exposições comissariadas pela Professora Sandra Leandro.




Noventa e cinco anos de vida [1901-1996],  no entanto a maioria das obras expostas é dos anos 20 e 30. Curiosamente, por não serem pinturas ou ilustrações, as obras mais recentes são arranjos emoldurados que datam dos anos 70 e 80: natureza-seca, natureza-morta, conchas e folhas, conchas com laço rosa, e a deslumbrante composição em vidro oval. Fiquei intrigado. Mais tarde, passarinhando pelo jardim, também faz parte do meu hábito de visita, tive a resposta nas páginas 21 e 49 do catálogo.



É de sua autoria a ilustração do cartaz «O trabalho dá alegria», que assinou,




talvez influenciada pelo que via nos trabalhos da sua irmã Raquel, mas é uma exceção, assim com este grafismo mais elaborado. Tinha dezasseis anos.




Por causa deste cartaz fui pousar os meus olhos na página 11 do catálogo, e encontrei o que não estava à espera, mas que procuro [pelo menos entender... é um retrocesso]: o frutificar da fé [ler páginas 9 a 11].

Labiríntica ontem, porque insistia na separação temporal contraposta, e não num fluxo temporal, em que apenas se fixa o referencial de partida, achei deliciosa a cartolina «O tempo das crianças: 24 horas na vida dos filhos», que hoje entendi.




O espaço da exposição, no piso inferior, tem uma "porta dos fundos", que felizmente estava aberta, pois dá para esta maravilha:





Talvez uma Plumbago auriculata “Alba”, que me faz recordar o comentário que ouvi sobre a sua maneira de ser, e que me leva a uma imagem de virtude. Começo a abrir os olhos para a obra da Màmía, mas vou precisar de ajuda. A exposição é o local certo.

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P.S. Jorge, hoje ficas estanhado, muitos parabéns, bem vindo a uma nova década :)
Fica também o convite para visitares a exposição, e ou participar em alguma atividade.

Há mais interessados?






A ilustração é da Màmía, e o texto também não poderia ser?







sexta-feira, 10 de agosto de 2018

NADA[S]_MEU[S]_0005_BÁRBARO DE MIM.


O relógio digital do autocarro expresso refletido no vidro da janela, de regresso a Lisboa [parti de Vila de Rei], marcava 21:28 [5 de agosto de 2018]. Pouca luz e máquina fotográfica limitada ditaram o resultado. Nos meus olhos pareceu mais interessante, ou seria uma forma de aliviar o tédio [não tinha luz suficiente para ler].


Hoje apetece-me esganar um poema
Cortar-me com palavras
Porque de facto
Não valho grande coisa
E persisto em continuar.

Se te dói porque não mudas?
Procura a cura!

E tudo é pretexto
Para esquecer
O que tens de fazer.

Se não fosse o dia de hoje
Não teria saído de mim
Esta barbaridade!

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Nasceu assim:





Hoje é dia de São Lourenço, e isso que interessa mártir?


Capela de São Lourenço nas Azenhas do Mar, no dia da procissão: 10 de agosto de 2018, dia de São Lourenço. Queria este lado, e naquele momento, com o que tinha, restou-me aceitar a luz que vinha.

À procura da luz..

domingo, 15 de julho de 2018

Conexões.

A conferência anual da CEI [Caretakers of the Environment International], subordinada ao tema "Let's Experience Nature", terminou ontem na Áustria. AQUI podemos ver o Gustavo a praticar tirolesa [zip-line].

O regresso é assegurado pelo João XXI [CS-TON], do mesmo ano e modelo do Fernão de Magalhães [CS-TOO].




Fotografia tirada por Max Hrusa a 22 de agosto de 2016, no Aeroporto Internacional de Viena [Vienna Schwechat - VIE]. Mais fotografias AQUI.

«Mas é precisamente devido à sua produção científica e, especialmente, a estas duas obras em particular – o Thesaurum pauperum e as Summulae logicales – que Pedro Hispano, o Papa João XXI, deve muito da sua celebridade posterior, sem o que não passaria de uma pequena nota de rodapé na História, não obstante o seu notável percurso eclesiástico, que lhe valeu a chegada ao lugar mais importante da Igreja Católica Romana. Em especial, foram as Summulae Logicales, que cercaram de larga fama o seu nome. A esse livro, aludiu Dante na Divina Comédia. E foi por causa desse livro, que o autor florentino reservou a João XXI um lugar no Paraíso.» AQUI

Não existe termo de comparação entre o viajar hoje, mesmo em termos marítimos, e as condições em que o fez Fernão de Magalhães. Incerteza máxima versus a nossa incerteza mínima, a omnipotência presumida e regateada com Deus. Parece que temos o mundo nas mãos, mas é o planeta Terra que nos tem em mãos. Por enquanto não temos alternativas, nem meios tecnológicos que nos permitam sobreviver fora dela. Metaforicamente a Gaia existe.

Stefan Zweig socorreu-se das informações e dos materiais históricos fornecidos pelo Visconde de Lagoa [João António Mascarenhas Júdice]. Ainda hoje a sua biografia "Fernão de Magalhãis – A sua vida e a sua obra, vol. I e II", editada no mesmo ano da biografia romanceada de Stefan Zweig [1938], continua a ser uma obra incontornável sobre o feito.