domingo, 16 de junho de 2019

E pluribus unum.

[EM CONSTRUÇÃO... ASSIM JÁ NÃO POSSO ADIAR OU VOLTAR PARA TRÁS]


Quase meio-dia do penúltimo dia, uma fila imensa para a bilheteira, a entrada congestionada da exposiçãoMenos de meia-hora desisti. A minha impaciência, e o desconforto, que raia a dor, na minha lombar, despacharam a pronta ação: vamos andar pelo jardim [o que não tinha feito nem antes, nem depois pela manhã, e agora é tarde para lamentar... meias-medidas na ação].

Acontece que o jardim... é sempre tão bom percorrer este jardim, e outros jardins, em todas as ocasiões e disposições: Oliver Sacks é perentório: In forty years of medical practice, I have found only two types of non-pharmaceutical “therapy” to be vitally important for patients with chronic neurological diseases: music and gardens. Mas acontece que no jardim também existia uma outra exposição.

Patético e frágil...


E fui lendo, em voz alta para quem me acompanhava,

Obviamente fui atrás do poema cujo primeiro verso dá o nome à exposição, e procurei traduções, o que gosto de fazer para confrontar com a minha leitura... sensibilidade e algumas dificuldades. Wider... mais VASTO sim, o mais AMPLO não ficava tão bem, mas António Damásio, na sua entrevista ao Expresso, vai mesmo pelo literal mais LARGO, e explica: Nesse poema fala de algo que não é mais vasto, é mais largo. [...] Há variadíssimas coisas de grande valor no poema. Primeiro é a ideia de que o cérebro é mais largo ainda do que o céu e que um deles, o cérebro, contém o outro, que é o universo. Depois o conceito de "ease and You beside". É um verso lindo, porque o "ease" é a facilidade, a desenvoltura, e o "You beside" é o eu, a consciência. Filósofos da consciência e alguns neurocientistas insistem no contrário, na dificuldade, até mesmo na impossibilidade, de compreender como é que o cérebro pode permitir a consciência. Emily Dickinson tem esse verso que diz exatamente aquilo que eu gosto de dizer. Que há uma naturalidade e uma facilidade em comprender como é que o cérebro pode criar a consciência. Para fazer isso precisamos de ter a possibilidade de compreender os diversos componentes da consciência de uma forma inteligente.


The Brain—is wider than the Sky—
For—put them side by side—
The one the other will contain
With ease—and you—beside—

The Brain is deeper than the sea—
For—hold them—Blue to Blue—
The one the other will absorb—
As sponges—Buckets—do—

The Brain is just the weight of God—
For—Heft them—Pound for Pound—
And they will differ—if they do—
As Syllable from Sound—

Emily Dickinson, c. 1862 [AQUI]


No fundo é ter a consciência de que existe uma unidade, que nos permite avançar.

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Post scriptum

Apostei em meias-tintas para o titulo desta mensagem, pois não gosto de futebol, e gosto do verde [a cor que vejo como predominante, por ter as melhores relações de produtividade com a luz solar. In Flauta de Luz, Nº 5, página 253].

Dear Patrick, this message is dedicated to you, not only because I'm in fault with you [I did not respond to your kind comments], and both share the same taste for nature's simple and disorderly things [I think].