ASH diz que é «a estação do ano que pior literatura produziu ao longo da história da humanidade», e há quem construísse jardins para a perpetuar [ver página 15]. De tudo isto não sei o que dizer, apenas que me chega um certo conforto de alma. É bom sentir a primavera com os sentidos do Caeiro, ou na carne como o Queiroz. É tudo quanto me basta. Fico com o que tenho e o que dou.
Possivelmente uma Abutilon darwinii, fotografada por mim no sábado passado, sobre esta notícia. Na berma da estrada, tive de me desviar de um carro que passava, e foi então que a olhei. O grande plátano deixou de ser nesse momento o foco da minha atenção. Aconteceu em Sintra, descendo para a Ribeira. |
Mas o melhor de tudo é ver-te assim, a ler no banco do jardim [da Correnteza]... deitada, absorta, aberta... e amanhã ser Dia da Poesia [a vinte e um].
Não é inspiração, é necessidade.
Eu não sinto as estações com o mesmo vigor que a primavera.
ResponderEliminarHoje saí do hospital depois de 14 de internamento.
Foi aí que descobri a primavera, na beleza da inflorescência de uma bela orquídea que desabrochou aqui em casa.
Para mim, que já estou na descida em direção ao desconhecido, a igualdade me apavora.
Já não sinto a beleza das coisas do mesmo modo que sentida quando jovem.
Procuro me encontrar nos equinócios, do mesmo modo que procuro me distanciar das desigualdade existentes na sociedade humana.
Mas é assim.
Um serei esquecido por todos, assim como nossos antepassados que nada se deixou estagiar na imortalidade do que fez (e foi importante para os homens), sendo sempre lembrado.
Mas a vida é assim.
Todos nós que somos, um dia não mais seremos.
Um abraço e boas reflexões.
Do sogro que muito o estima.