quarta-feira, 18 de março de 2015

Vemvai... a idade não perdoa.

Tu que és velho
Vais devagar, demais...
Tu que és novo
Vens depressa, demais...

A idade não perdoa.

No cruzamento da Av. do Uruguai com a Estrada de Benfica, junto ao Edmundo, nos sinais luminosos, escutei um jovem a dizer "a idade não perdoa", pois um condutor idoso demorando a reagir ao sinal verde foi logo alvo de buzinadela, o que o deixou ainda mais atrapalhado. Foi apartir daqui que nasceu esta "quase poesia", só tive tempo de atravessar a rua, andar uns metros, encontrar um local para me sentar, e rabiscar o que se segue, no papel que tinha em mãos (Poemas Inconjuntos de Alberto Caeiro).

A vida não é um vaivém, mas sim um vemvai, como um rio, que corre sempre no mesmo sentido, milhões de gotas de água todas com o mesmo destino, a força do fluir é imparável desde o vigor da nascente até à placidez a jusante. Para morrer não há pressa, mas sim para viver. A idade não perdoa.


Nasceu assim.


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P.S. Caro Tiago, completas hoje mais uma volta ao Sol, deixas o ítrio e entras no zircónio, bem-vindo à "idade média" (brincadeira, o termo correto é meia-idade).

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