sábado, 6 de janeiro de 2018

Entre os dois...

Primeiro foi entre ti e mim, tocaste-me com a graciosidade do teu desprendimento [julguei-te outra, sim outra], e estavas certo, afinal não eras um cristo [significado 2]... renovavas-te... e estava tudo tão certo, e eu não o sabia no momento... passeei-me em frente de ti, mirei-te, fotografei-te passavam 18 minutos do início do novo ano.



E fiquei...



As sombras que desabrocham, só dei por elas depois, até poderia ter-te centrado na cruz, mas não estava a ver, estava a sentir, e ainda bem que não te preguei...




Tudo subtileza e elevação... dá vontade de fechar os olhos, projetar o peito para a frente, e os braços para trás, suavemente... e inspirar... quase que se levantam os pés do chão... um alongamento es... não arrisco a palavra... poisando de seguida na expiração [expiação]...

E voltei de dia, tinha de voltar... seria?



Não, era Ele...



E mais forte [contradição?]...




Este meu desapego, que é uma falta [de contradição em contradição]...

Descobri depois que aqueloutro, o que está em frente...



Se revela assim



Não padece na cruz, lança o repto, suporta... é o suportai da mensagem anterior.

Entre o Jesus do Filip Moroder Doss, que se encontra no novo presbitério do Recinto de Oração, e o Jesus da Catherine Greene, que se encontra no interior da Basílica da Santíssima Trindade, há redenção.
«When Greene was tasked with an extremely demanding commission to make a large scale crucifixion work for the new Basílica da Santíssima Trindade at Fatima, Portugal, she felt compelled to avoid the melodrama and tragedy that heretofore dominated the genre. The Basilica is a marvel of contemporary architecture, designed to a grand scale with a colossal interior that seats nine thousand congregants. Greene preferred to depict Christ as the redeemer no longer suffering, a choice that is more fitting within the optimistic grandeur of the location. Rather than hanging painfully on broken arms, Christ appears upright with arms and hands outstretched wide in anticipation of resurrection. Greene’s stylistic approach is close to the manuscript depictions of Christ from the early middle ages when symbolism had not yet been superseded by sublime mimesis. The crucifix lacks the menace of solid form, being made of two bars that simply approximate the shape of the cross. Christ’s body is tensed with vigour and strength and lifted upwards with the possibility of flight. It is a redemptive work that sits well in its very impressive surroundings.» AQUI
Entre os dois há um voo de possibilidades...





P.S. Sendo mais explícito, aqui têm o mapa com a localização dos dois cristos, de frente um do outro, que se contrastam na forma [gestos], na cor, mas, unidos na mensagem, não estão presos à cruz. No início vislumbrei uma figura feminina, obviamente dissonante, mas depois evoluiu para a minha questão acerca da Fé [palavra feminina]. Sou eu que estou entre os dois, sem saber o que fazer... Não me canso de observar a escultura do Filip Moroder Doss, razão pela qual aqui estão seis fotografias dessa obra. Ver de ângulos diferentes e com luz diferente, bem vistas as coisas tudo começou com a luz, foi ela que me capturou, e o que a Carissa Farrell escreveu sobre o cristo da Catherine Greene completou o que me faltava, por isso a citação. Vale a pena atentar no pormenor do mosaico que aparece em duas das fotos. E tudo o que acabei de revelar foi aclarando [construído] ao longo da semana que passou, mas fica sempre a porta aberta a outras interpretações :) O resto foi tudo acasos, como este de hoje: o que fazer com esta anotação feita por mim num livro: otimismo da vontade, pessimismo da razão. Continuo a andar às voltas... e o tempo passa!
Arriscando a palavra: espiritual... alongamento espiritual, um claro contraponto/prolongamento dos alongamentos da coluna que tenho de observar por causa da minha lombar. Explicadinho assim talvez tenha perdido a graça.

O título desta mensagem poderia ter sido:
Entre as duas...

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