De não possuir
De não invejar
Na vida, os bens mais preciosos não se procuram, esperam-se. Simone Weil Imagem retirada DAQUI. |
Bamian, Afghanistan, 2007, AFGHN-12772. Hazara schoolchildren.NYC80918, MCS2007005 G12772, final print_milanTeaching the young has paid off in Hazara society, where literacy is above the national average. Boys- like these fifth graders at an all-boys school in Bamian -still fill the majority of classrooms. But at least 40 percent of Hazara students taking college entrance exams are now women. -National Geographic, February 2008, Vol. 213, No. 2Unguarded Moment_BookUntold_bookfinal print_MACROfinal print_Sao Paulo_retouched Sonny Fabbri 11/15/12
Parece pouca coisa, mas em dois dias e meio consegui juntar entretém, que baralha e diverge ainda mais o mosaico da minha atenção.
Aqui fica o registo cronológico das ocorrências, sendo certo que parti somente com o Projecto de Agostinho da Silva, que não cheguei a reler no local, a Falésia de Argéis e o Bloco do Moinho para identificar, e algum gato maltês que se cruzasse no meu caminho.
Dei pela falta da pedra, por cima da porta de entrada na alcáçova. Parece recente, e ainda não consegui sequer encontrar referência à sua existência, o que teria escrito, nem quando foi retirada, ou se estará guardada em algum museu.
— Esta história é mais divertida!— Também acho!
Foi assim que respondi ao "repto" de uma criança que passeava com os avós.
Podia ser Bauça ou Agostinho, a liberdade descomprometida. No posto de turismo e na biblioteca constatei um vago desinteresse pelo Agostinho, mas também poderá ser exagero meu por tanto querer. FIM DE QUARTA-FEIRA.
A estante não é de cerejeira, e quem interpelei não se recordava, talvez de nogueira, fabrico inglês, guarda o espólio de Sebastião da Gama, na Casa-Memória recentemente inaugurada. Dito assim, e não sei porque fechei a mão, como quem guarda um segredo para si, nem parece que foi dia de comunhão.
As fitas e a fita que marcam o percurso terreno, e que me comovem como relíquias de um homem bom. Por fim a sugestão que não fiz no momento: folhas, postais, o que quer que seja com poemas, que permita a apropriação do poeta pelos visitantes, potenciais leitores, apreciadores, divulgadores.
Na replicação da vida sempre acontecem surpresas, a mera substituição apenas permite que o indivíduo cumpra o seu desígnio para o fim comum.
Quando divides sempre há problemas... o que sobra, o que resta...
Três dias que não passaram rápido, preenchidos e tão diferentes do que faço no dia a dia, sem noção do dia da semana, apenas o compromisso de tomar o pequeno-almoço às 8h30. Plena fruição que contrasta com "o que andas a fazer?"
Esquecida num banco de táxi, não sei que segredos capturou. Chegou-me sem rolo e sem energia, na primeira metade de 1999, e guardada ficou, à espera de mais descobrir.
Ouço-as da boca de minha mãe, com a espontaneidade e sobriedade de uma pessoa simples. A palavra basta-se a si própria, sem mais explicações ou interpretações.
Registo de santos que se encontrava na travessa da Cruz da Era, em Benfica. |
[CONTINUA... continuo atento ao que a Laura vai falando]
Dans l'Abbaye de Villers à la recherche de trésor. Galapiats pour toujours... |
Para a Sofia,[AQUI]
que chegou à Gramática Portuguesa
e onde estava – feminino: poetisa
escreveu: feminino: Poeta.
Arrábida, 10.04.1949
Nas duas existe imprecisão, na fronteira bem humana em que a impercetível deriva diária causa mais afastamento do que o movimento brusco. O desleixo causa mais dano do que a fúria, corrói. Talvez nas Cartas de Santa Clara consiga chegar ao que ouvi ontem.
O caminho [da vida] fica mais fácil com marcação, por pouca que seja, ou até mesmo impercetível [quando está mas não se quer / consegue ver], especialmente em dias de má visibilidade. Penso que a resposta ao Eugénio Lisboa passa por aqui: a cultura como fenómeno evolutivo coletivo [redundância pois o evolutivo pressupõe o coletivo, não há evolução sem o coletivo, pois um só não se reproduz], não existe para o individuo, condiciona-o e desenvolve-se com o sucesso do seu grupo.
Da beleza perdida / escondida à beleza esclarecida, qualquer que seja o caminho, desde que esclarecido.
Houve uma parte interessante, que me deu um conhecimento da vida enorme, enorme, enorme. Ter trabalhado como operário no turno da noite. Seis semanas. E trabalhei como vendedor cinco meses. Levantava-me às cinco da manhã e deita-me às dez, onze. Vendia, entregava e carregava uma tonelada de margarina por dia. Com os vendedores, aprendi os truques todos. [AQUI]
Uma lição de vida, de conduta. É a única coisa que me interessa deixar. O resto é um património que têm de cuidar, para o qual outras pessoas contribuíram. Meu é aquilo que penso, aquilo de que gosto, aquilo que defendo e que espero que topem. E que tenham respeito pelas pessoas. Só me irrito verdadeiramente quando não há respeito pelas pessoas. [AQUI]
O toco entretanto já se dissolveu, mas quando o fotografei fui interpelado por um velhote de sotaque estrangeiro, para lhe mostrar o que tinha acabado de fotografar. Tocamos palavras breves, já não me recordo ao certo, mas adorou, eu também, assim com esta facilidade e exagero, tanto assim que foi parar à parede da cozinha [é um lugar especial porque nele se começa o dia].
Voltei uns tempos mais tarde, mas entretanto mudara a luz, o verde, as rugas do tempo. Depois foi a avaria no disco rígido onde esta foto se encontrava, e o que escapou foi o papel hoje digitalizado, removido da parede, porque as ando a limpar para depois pintar, assim tudo tão prosaico, tão lindo.
O papel vai ficar guardado, religiosamente, assim com esta facilidade e exagero.
Perdida duas vezes, teimosamente reencontrada.
Mapa 1 |
Mapa 2 |
Mapa 3 |
Mapa 4 |
Mapa 5 |
Mapa 6 |
Mapa 7 |
Domingo de Páscoa de 2021: descobri, aportei e embrenhei-me, na corrente.
Precisa de nome.