quarta-feira, 21 de abril de 2021

Despojos.

A primavera é a mais fugaz das estações, nela a vida ganha garras, sente-se o prelo da reprodução. É um quarto de tempo fervilhante com todos os inícios. Não há semanas iguais: pare, escute, olhe, cheire, toque. É o abrir do meu Abril [sem maiúscula é um desconsolo].

Foram as únicas que fotografei, numa obstinação: parei, fotografei com pressa, e à falta de luz acresceu a sombra de um edifício que cortou o entardecer. Só dei pelos botões depois [a salvação desta foto foi puramente casual].


Mas não podemos adiar o momento certo, a pulsão, senão...


Vem o tempo seguinte...


O da natureza-morta.


Espreitando um recomeço.

Amanhã é o Dia do Nosso PPA, mas hoje, o meu, quero-o despojado.

1 comentário:

  1. As flores tem alma,
    Se morrem, na nossa imaginação,
    Se partem no nosso entendimento,
    Sua alma respira, com obstinação.

    A flores tem alma,
    Morrer? jamais se vão,
    Sua alma se expande
    Na vida, certo estava Platão.

    Ela renascem no corpo de uma flor,
    A exalar perfume, de paz, de calma
    De beleza, de transcendente amor.
    É a essência de vida, é sua alma.

    A flor que vês, não é sua alma,
    Mas o casulo que aos olhos floresce,
    Dá vida as flores e, ao poeta, acalma
    sua verve de amor, e surge vida, versos.

    (Samuel C Duarte, 25 de abril de 2021)

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