domingo, 25 de outubro de 2015

O boreal-austral que virou marcador de livros.

O protótipo nasceu de um hábito, que vai acontecendo de segunda a sexta, na fronteira da página de um jornal, que para mim se resume tão somente à leitura do Blog: observações pertinentes do quotidiano, em que me revejo e alinho, ou simplesmente nem tinha pensado, as andanças pela literatura, o que não conheço, muito, o prazer da descoberta. A fonte de ignição no meu rastilho da curiosidade, e autor do Blog, chama-se Francisco José Viegas (FJV). Está no local mais improvável, exposto a centenas de milhares de olhos, que desconfio, ou será preconceito meu, não o leem.

Mas vamos ao protótipo, nasceu a 21 de setembro de 2015, data do Blog do FJV que fala de râguebi e termina assim:
O râguebi, ao contrário de outros jogos com bola, privilegia a honestidade e a estratégia, além da força – não da violência. É mais literário do que o futebol; um ensaio de râguebi é como meio volume do ‘Guerra e Paz’.
Gostei, e pensei logo em dar a ler a um jovem que em breve iria fazer 13 anos. Recortei e digitalizei o artigo (há vários anos que coleciono os seus artigos), mas olhando para a sua forma retangular lembrou-me um marcador de livros... e porque não o fazer?... e foi assim que surgiram...



Consoante a dimensão do retângulo este é dobrado ou não. Por exemplo, o marcador do meio não foi dobrado, os outros dois sim (ver fotos acima: frente com fundo preto e verso com fundo branco). Nem todos os artigos do FJV dão origem a marcadores de livros. O critério é o meu gosto e impressão no momento.

São vários e únicos, com tendência para aumentar, que irei colecionar e oferecer, escolhendo o que mais se adequa ao livro que estou a ler, ou irei oferecer.

Gosto particularmente do terceiro (Para que serve a literatura?), para além do que está escrito traz-me à memória o Rubens Borba de MoraesPara que servem livros antigos?... Para que serve a poesia?...




O protótipo foi oferecido com este livro ao jovem que fez 13 anos a 25 de setembro.




Custo da plastificação: 0,60€. Gostei tanto que continuo, é o meu "café" quase diário, o café que não bebo. Está para breve uma nova referência: João Pereira Coutinho, o primeiro marcador de livros será com Democracias burgessas, uma pérola este trocadilho ;)

Para terminar, o boreal-austral, que também poderia ser setentrional-meridional, fica mais enrolado na língua, mas é mais giro no étimo, refere-se ao FJV. É esta a ideia que tenho dele, desde os tempos da Avenida Brasil, série de que foi co-autor e apresentador, que passou na RTP no ano da comemoração dos 500 anos da descoberta do Brasil. Vejo e sinto no FJV o norte e o sul, antropologicamente falando. Mais a norte nuns temas, mais a sul noutros, por exemplo: nascido alto, de tez morena, liberal politicamente incorreto, molhado de melancolia... estamos próximos. Fiquei tão contente quando soube da sua nomeação para Secretário de Estado da Cultura. Eram tempos de mudança.


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P.S.

Adrian Frutiger 1928-2015 (A fonte utilizada no cabeçalho do blogue é a Frutiger LT Std 95 Ultra Black, em homenagem a Adrian Frutiger recentemente falecido.)


domingo, 4 de outubro de 2015

Dá-me o obséquio dos teus masseteres.

Bem poderia ser o Rogério a pronunciar esta frase na sala de aula, num misto de vaidade e provocação. Previamente tinha procurado e escolhido as palavras no dicionário. Lembrei-me dele, a nossa (quantos éramos?) ida à Livraria Ferin, e a sua desenvoltura no alto de um escadote, e o livro que desceu.

Lembras-te do Celestino?... imbativel no Pac-Man, o chegar atrasado à aula, desculpando-me com a compra de uma carga para a esferográfica (a papelaria ficava perto do salão de jogos). A professora Emília ria, e chegou a comentar com a minha irmã o meu "gasto de tinta". A tua passagem pela turma do gang do Gama, certamente alguns deles já não estarão vivos, a "coleção" de lâmpadas, e na minha turma as brincadeiras do Celestino com o professor de Filosofia, o célebre letreiro que lhe colou nas costas (sou p...).

Mas vou parar por aqui este princípio de turbilhão desordenado, estou a escrever à medida que recordo, e o que recordo certamente se passou, mas não é tudo, nem é tudo como se passou, e pouco interessará à maioria dos que me irão ler, pois são estórias da adolescência, iguais ou não a tantas outras, as nossas "teenadas". Foi por essa palavra, inventada por ti Paulo, que resolvi dar continuação à mensagem anterior, e voltar ao tema da adolescência, mas agora para todos.

A "Viagem errática e fim de Pierre Bonchamps - A tragédia de Filipe Daudet", texto de Stefan Zweig, que está no seu livro "A marcha do tempo". Aqui vos deixo, pronto a imprimir e ler, um mistério, talvez sem mistério nenhum, que se repete.









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P.S.

BRANCO NO PRETO. AQUI.

As citações vão passar a andar por aqui: tinta no papel (preto no branco), luz do conhecimento (branco no preto), quem escreveu, onde, para pensar