Em 1455 já procurava clientes, acrescento eu, a partir do que li na folha de sala da exposição "Letra perfeita e clara que se pode ler sem óculos", que podem visitar na Biblioteca Nacional até 2 de junho de 2018 [entrada livre].
Introdução concisa e breve dada pelo formador João Sebastian, que podem conhecer melhor nesta entrevista, AQUI [página 139], da Associação Oficina do Cego, e rapidamente começámos a "sujar" as mãos. Vocabulário técnico na medida da necessidade, ou curiosidade, e mãos na "rama", termo técnico que tem origem na palavra alemã rahmen, que significa quadro ou caixilho [encontrei].
O fascinante componedor, quase uma extensão do membro de quem o usa, cioso da sua utilização e propriedade, e que permite rapidamente compor na largura desejada [a busca incessante da eficiência: mais com menos tempo].
Um método de tentativa e erro, que se vai aperfeiçoando na experiência de cada um: a composição manual, o espalhar da tinta com o rolo, a colocação precisa do papel, não esquecendo o feltro de aconchego entre este e o ferro da prensa, a força a aplicar, o cuidado ao retirar antes de ver a surpresa. Texturas que se podem aplicar, e até falhas que se podem aproveitar. Por exemplo, nas palavras do Marco Sousa Santos, embora noutro contexto:
«Eu não tenho um método nem uma visão científica para o design. O que torna a disciplina do design excitante é a tensão entre razão e emoção, a indisciplina como processo criativo, a reinvenção da metodologia no decorrer do projeto, a coragem de converter o erro em novidade.» [ AQUI]
Afinal a entrelinha é uma lâmina de metal, que os olhos medem, e a ponta dos dedos afere, no espaço que se pretende. Dá uso à interação que nos fez: mão e cérebro, cérebro e mão. O desmaterializado conceito que aparece na combo box do software, afinal, exige um pouco mais do que um clique.
P.S. Oficina de Tipografia realizada a 26 de maio de 2018, na Casa Roque Gameiro, no âmbito da exposição "Gente da Amadora, História e Memória Ilustradas".
P.S. Oficina de Tipografia realizada a 26 de maio de 2018, na Casa Roque Gameiro, no âmbito da exposição "Gente da Amadora, História e Memória Ilustradas".