Mar Egeu... foi pelo fim que os olhos pegaram, o título prometia, mas afinal era o número 8 de Os Melhores Romances de Aventuras, edição da Livraria Clássica Editora de 1934. De seguida índice, procurar o colofão [original inglês de Christine Campbell Thomson: The Incredible Island], impresso no Porto, duas a três páginas de leitura dispersa, voltei a colocar no topo da pilha.
Voltei a pegar...
A capa... a textura da capa: mar, pela sugestão do título, veios lenhosos, pela cor e forma, impressões digitais... remoinhos "vangoguianos". Em bom estado de conservação, consegui ler na contracapa:
PAULINO ENC.TRINDADE ??L I S B O A
Ha lojas que, embora não seja essa a sua especialidade, fazem mais negocio em livros do que no seu commercio, como são as tabacarias, kiosques, bengaleiros dos theatros e até á porta de algumas tabernas, como por exemplo, aquella da rua do Arsenal, onde um velho alfarrabista assenta os seus arraiaes, vendendo livros, juntamente com boquilhas, pentes e bujigangas diversas.
Depois, as encadernações chamam muito a attenção do transeunte. Num livro, pode o seu conteúdo não prestar, ser completamente falho de interesse, não conter litteratura; mas a presente-se com uma capa bonita, chic, e verá como desapparece do mercado e se exgotta a edição n'um instante.
O livro parece-se um pouco com aquellas mulheres que, embora não sejam bonitas, sabem vestir com elegancia, apresentando-se por essas ruas nuns requintes de distincção e desafiando os homens á conquista do supremo gozo, á illusão dos sentidos.
O livro é tambem uma illusão dos sentidos.
E, assim como a parte propriamente typographica d'um livro, depende bastante da impressão, isto é, do artista que o imprime, assim tambem estas duas dependem da outra parte annexa que se chama encadernação, e é n'ella que está realmente o desideratum da aceitação ou regeição da obra.
Assim...
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