Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra IAN/TT, Livro 4 |
Jessé e a cotovia entreolham-se, cantando-lhe as novas de um novo dia. Provavelmente outros olhos verão coisas diferentes, consoante sejam mais ou menos esclarecidos, mais ou menos jovens (stocks e fluxos mentais): um pai natal e um pombo, outro exemplo.
Quando se olha para uma letra Maiúscula e grande, caixa alta e corpo maior, na terminologia tipográfica, aparecem coisas escondidas, fica mais fácil intuir e imaginar, imaginar e pensar, o entendimento que se desenha.
Vitor Hugo viu no C o crescente, símbolo muçulmano ou o croissant (fiquei na dúvida ao traduzir), e a óbvia lua; o M, a montanha ou as tendas de um acampamento; o S, a serpente; o L, a perna e o pé. E por ai adiante, mas bastam-me estas para enlaçar uma amizade.
O texto original encontra-se AQUI, é delicioso e estimulante, podem ver diferente do Victor Hugo, e juntar o som da vossa voz, pausadamente e em tom ascendente: o S é imediato... sibilar... noutro registo deu o meu STRAIGHT.
Foi no livro do canadiano Carl Dair que descobri o texto do Vitor Hugo, traduzido para o inglês, já passaram alguns anos, mas nunca mais olhei para as letras da mesma forma, elas já eram especiais para mim, e mais especiais ficaram. Ao meu primo Paulo agradeço o ter escutado da sua boca os primeiros termos tipográficos que aprendi, e o gosto por essa arte, para além de moleiro também gostaria de ter sido tipógrafo... pluralidade dispersiva que me leva a nada.
Design with Type de Carl Dair, reimpressão de 1995. Comprei o livro a 8 de junho de 1997. |
A terminar, letra A, de dois amigos que se abraçam e apertam as mãos, e voltando ao início, a minha cotovia já anuncia a primavera, nestas flores de Ameixoeira de jardim (Prunus cerasifera subsp. pissardii), fotografadas hoje por mim em Queluz.
Sibilina Leitura... |
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