sábado, 20 de junho de 2015

António e Francisco.



Segura delicadamente o Menino nos braços, do lado esquerdo (como na maioria das representações), atente-se no pormenor do mindinho da mão esquerda de António. Entreolham-se com familiaridade (imagino ternura), e o menino traquina, que mais parece uma personagem de Quim e Manecas com o seu narizinho arrebitado e cabeçinha redondinha, segura-se ao hábito de António com a sua mãozita, perto do pescoço. O rosto barbado... lembra Francisco e não António... o negativo revela o velho Francisco, o original o novo António, são as imagens que tenho encucadas.

Na vida real foram amigos, António mais novo cerca de 10 anos. Partiram para "a vida", Francisco em Assis e António em Pádua, e por esta razão estão associados, oficialmente, a estas duas cidades, como manda a regra. António também é de Lisboa, do Brasil, do mundo, teve até posto de capitão.

António e Francisco são de todos nós, mas isso de posse de pouco vale, há que seguir e praticar o exemplo. Por minha parte vou-me esforçando, na simplicidade e frugalidade das decisões diárias da vida, orientadas pelo bem, a Terra nossa casa comum, que partilhamos com outras formas de vida no presente, e em que estado a deixaremos para a vida que virá depois de nós (medida do nosso grau de egoismo e inconsciência)e finalmente na pedagogia do olha para o que eu faço e não para o que eu digo.

O desenho é de Stuart Carvalhais, as divagações minhas.

Podem usar as imagens como papel de parede no vosso computador, foi assim que surgiu o negativo do António, que logo me pareceu velho, o menino fica lourinho... o que a minha imaginação tece! Por uma questão de economia de recursos e simplicidade, a cor base da minha área de trabalho é o preto.

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P.S. Iconografia antoniana;
     Variantes iconográficas nas representações antonianas;
     Restos de Santo Antônio expostos em Pádua;
     Iconografia Franciscana.

Hoje é Dia do Relógio de Sol (irmão Sol, irmã Lua).

Um poema que, comigo, liga bem com a imagem do início:

EM QUE SE FALA DO MENINO JESUS

Fiz a maldade e olhei Jesus.
Ele baixou os olhos e corou,
e toda a gente julgou
que quem fez a maldade foi Jesus.


E todos Lhe perdoaram...


- Obrigado, Menino! Mas agora
tira os olhos do bibe e vem brincar,
que eu prometo, pra não Te ver corar,
já não fazer das minhas.
Anda jogar ao pé das flores, no chão,
comigo, às cinco pedrinhas...;
anda jogar, pra esqueceres
o preço do meu perdão...

Sebastião da Gama, in Serra-Mãe (página 69, 6.ª edição, Edições Ática)


O meu problema é que sou "esquecido" (acontece o mesmo convosco?), por isso nada melhor do que colocar um "lembrete" num local de passagem diária, com parede de azulejo onde posso fixar com fita cola sem danos de maior, a cozinha. Também tem a vantagem de outros puderem ver e ler, é a pedagogia :)



Sugestão de apresentação, outras cores disponíveis.

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