«Sou marujo, mestre e monge
marujo de águas paradas
mas que levam os navios
às terras por mim sonhadas
também sou mestre de escola
em que toda a gente cabe
se depois de estudar tudo
sentir bem que nada sabe
mas nem terra ou mar me prendem
e para voar mais longe
dum mosteiro que não houve
e não haja me fiz monge»
Seu nome: George Agostinho Baptista da Silva.
Por onde começar?... é turbilhão, excitação, riqueza de um homem singular, plural e bom.
Começando pelos mais pequenos, o título do livrinho (carinhoso o diminutivo meu) sobre o Agostinho:
Dos vários que tenho escolhi dois. Duas capas com imagens marcantes e que balizam o segmento de vida. O ir e voltar, o Brasil, e a Paraíba em particular (sublinhado meu).
É o gato do Agostinho que aparece na capa.
O partir, para sempre, o que fica... para sempre.
O essencial sobre o Agostinho e as últimas cartas, onde aparece estas "Quadrinhas de quando em quando":
Mas esta vai hoje mesmo
por ser aquela que fez
São João à Lua Cheia
do Junho do nove e três
“Que me baptize o Luar
e faça de mim portento
banhado sempre na Luz
de que serei instrumento.”
E porque estamos em véspera de São João, do Porto onde nasceu, em Campina Grande por onde andou.
Rever as "Conversas Vadias" (foi aqui que conheci o Agostinho, deslumbrado, eu, como tantos portugueses), ou o documentário "Um pensamento vivo", feito pelo seu neto no centenário do seu nascimento, é um imperativo. É uma "vida consequente" aquela que se revela nos depoimentos daqueles que com ele conviveram (ver o que se passou no início da Universidade de Brasília, está no documentário).
Ficam ainda citações e poemas.
O próximo é o São Pedro :) Acompanhado de quem? Nem eu mesmo ainda sei!
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P.S. Agradeço ao meu amigo Vasco o rosto do Santo António que me deu a conhecer (nosso interesse comum, o exemplo de vida do Santo).
É um trabalho do brasileiro Cicero Moraes, que fez uso de software livre, apresentado em Pádua no passado dia 10 de junho (Dia de Portugal, feliz coincidência). A pré-visualização da nova reconstrução da face do Santo vai estar exposta até 29 junho (Dia de São Pedro).
Aconteceu futebol, um empate no Mundial que torna tudo mais difícil, mas é um jogo, apenas um jogo. Portugal, e a nossa vida, é mais do que um jogo. Apliquemos a nossa energia em fazer mais e melhor, cada um de nós faz um pouco de Portugal. Outros no passado já o fizeram.
De Agostinho - o filósofo - a Antônio - o santo é uma caminhada no eterno sonho de quem filosofa e poetisa.
ResponderEliminarCismo eu, porque a pátria mãe não coloca em pedestal o filósofo, que poetiza, e não altariza (termo meu, que não sou santo nem filosofo), o Santo que filosofa.
Fiquei, sem ousar indagar, porque o caminho do Porto a Campina Grande? Somente tua veia filósofa, pode me responder, sem indagar do espírito poético, na moderna verve que não se inicia na arte de escrever para que possamos conhecer sua alma sensível e poética.
Tenho lido sobre o filósofo Agostinho, mas ainda não tinha contato com sua profunda sensibilidade poética. PORQUE PORTUGAL NÃO EVIDENCIA O POETA, QUE NÃO É MENOR QUE OS MAIORES QUE POR AÍ PASSARAM!
O professor Agostinho da Silva andou pela Paraíba, e organizou uma força de voluntários da Universidade (João Pessoa) para ajudar na grande seca no sertão, no ano de 1952-1953. Suspeito que teve alguma ligação à Escola Politécnica de Campina Grande, criada em 1952. O Samuel pode investigar.
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