20 de julho de 1969, 22:56 EDT [21 de julho de 1969, 03:56, hora em Portugal]: "That's one small step for a man, one giant leap for mankind."
A toponímia de Sinta regista assim a chegada do homem à Lua:
A Missão Apollo 11 foi lançada às 9:32 EDT [14:32, hora em Portugal] a 16 de julho de 1969. Fotografei esta placa toponímica, e o local onde está, ao final do dia 16 de julho de 2019. Fica AQUI. |
O poeta apanha-lhe os contornos e a con[tradição]:
Poema do homem novo
Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.
Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.
A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.
Numa cama de rede, pendurada
da parede do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.
Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falavam,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.
Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
Caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.
Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.
Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
Com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira,
com o coração pequeno e ressequido,
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.
António Gedeão, in "Novos Poemas Póstumos" [AQUI]
Nasceu "Poema do astronauta", a 30 de agosto de 1970 [AQUI]
E é tudo o que temos...
A beleza frágil...
Imagem da Missão Apollo 11 - Vista da orla lunar, com a Terra no Horizonte [AQUI]. |
O suporte vital...
O vasto espaço que nos insignifica [não existe no dicionário]...
O exterior agreste do infinito absoluto das grandezas físicas...
E tudo o que temos é o nosso PPA,
Que é o nosso futuro.
Temos de ir mais dias à Lua!
[Intencionalmente escrita em Helvetica, a mais parecida com a Futura do cabeçalho, e intencionalmente publicada às 21:18 do dia 20 de julho de 2019; é que quando passaram 20 anos comprei este patch, e agora passam 50.]
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