terça-feira, 19 de março de 2019

A primavera chega de noite...

quase em Lua Cheia, mas não é assim que a vejo. É pela manhã, de um dia 21, um hábito que só com o tempo volta. Nisto de revoluções e frio vem tudo do espaço, e ocorre-me logo o binómio de Newton, ou as palavras de Feynman, a beleza que se esconde num equinócio.

ASH diz que é «a estação do ano que pior literatura produziu ao longo da história da humanidade», e há quem construísse jardins para a perpetuar [ver página 15]. De tudo isto não sei o que dizer, apenas que me chega um certo conforto de alma. É bom sentir a primavera com os sentidos do Caeiro, ou na carne como o Queiroz. É tudo quanto me basta. Fico com o que tenho e o que dou.


Possivelmente uma Abutilon darwinii, fotografada por mim no sábado passado, sobre esta notícia. Na berma da estrada, tive de me desviar de um carro que passava, e foi então que a olhei. O grande plátano deixou de ser nesse momento o foco da minha atenção. Aconteceu em Sintra, descendo para a Ribeira.

Mas o melhor de tudo é ver-te assim, a ler no banco do jardim [da Correnteza]... deitada, absorta, aberta... e amanhã ser Dia da Poesia [a vinte e um].

Não é inspiração, é necessidade.

1 comentário:

  1. Eu não sinto as estações com o mesmo vigor que a primavera.
    Hoje saí do hospital depois de 14 de internamento.
    Foi aí que descobri a primavera, na beleza da inflorescência de uma bela orquídea que desabrochou aqui em casa.

    Para mim, que já estou na descida em direção ao desconhecido, a igualdade me apavora.
    Já não sinto a beleza das coisas do mesmo modo que sentida quando jovem.
    Procuro me encontrar nos equinócios, do mesmo modo que procuro me distanciar das desigualdade existentes na sociedade humana.
    Mas é assim.
    Um serei esquecido por todos, assim como nossos antepassados que nada se deixou estagiar na imortalidade do que fez (e foi importante para os homens), sendo sempre lembrado.

    Mas a vida é assim.
    Todos nós que somos, um dia não mais seremos.

    Um abraço e boas reflexões.

    Do sogro que muito o estima.

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