domingo, 31 de março de 2024

Ao volante da Mercedes pela i cê dezanove...

O tempo passado nela é trégua, senão houver impedimento no escoar, não anda mais do que certa velocidade, é certo este meu pedaço.

Se estou aflito, vou pensando na ordem a colocar, mas existe sempre céu e serra a observar, mas não dá para pensar.

O regresso faz-se no sentido inverso ao do poema.


Acabou-se por hoje o stress, sabe bem o cansaço à chuva e à noite...


Sobram os pensamentos, e vem de novo o poema...


Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...


E vai-se repetindo, até quando?...

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