sexta-feira, 15 de abril de 2022

Sexta-feira.





Papoilas à espreita: saída do IC19 para a Amadora, sentido Lisboa-Sintra.

Sentia-lhe a falta, tardava a encontrá-las, e hoje foi o dia, premeditado.

Provavelmente os ritos agrícolas encontraram na papoila uma representação ideal do ciclo nascimento – morte – renascimento, reflectindo as propriedades da papoila como indutor do sono e da morte mas simultaneamente como planta cultivável e de uso alimentar, que seguia os ciclos normais da agricultura (Outono – morte; Inverno – sementes no campo; Primavera – nascimento de uma nova planta, renascimento. [AQUI, página 587]

Para a etimologia da forma portuguesa papoila, é indicada como fonte provável, o moçárabe habapáura, derivado do latim papāvĕrem. [AQUI, página 28]

[...] 

E também esta história:

La apapoula cumo era guapa, dezie-le al trigo: Mira, cumo sou bien guapa, mil amigo. Berde i biçosa sou mais guapa qu’ua rosa. Mas nisto passala l labrador, l trigo anchie-lo d’afagos i a l’apapoula cortába-le la flor. Filhos, ye buono tener fermosura, mas ser baidosa nun tem bintura.




A cor da promessa de ressurreição após a morte.

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